sábado, 10 de maio de 2014

Camareira da Record fala sobre os bastidores da emissora e da amizade com Rodrigo Faro


Sempre que anda pelos corredores da Record, o apresentador Rodrigo Faro precisa parar inúmeras vezes durante o seu trajeto. O natural a se pensar é que encontra colegas da emissora no meio do caminho ou que admiradores pedem uma foto com o artista. Mas, na realidade, tem que esperar a Gi, sua camareira, que cumprimenta e abraça todo mundo. “Uma vez estávamos no corredor e uma repórter gritou: ‘Espera um pouquinho’. O Rodrigo achou que ela queria tirar uma foto com ele, mas queria mesmo era falar comigo. Ele ficou muito sem graça”, diverte-se.

Gicélia Cecilio, 44 anos, conhecida apenas como Gi, está com o apresentador desde que ele assumiu o programa “O Melhor do Brasil”, em 2008. De lá para cá, ela se tornou o seu braço direito. E esquerdo também. Quando Márcio Garcia, antes à frente da atração, deixou a emissora, sua camareira ficou com Faro. “Era uma senhorinha, e o Márcio era muito organizado, não dava um pingo de trabalho. E o Rodrigo é aquele menino, né. Joga a roupa pelos ares, não para um minuto. Aí ela não aguentou e trocamos”.

Nascida no estado de Sergipe, Gi mudou-se com a família para São Paulo (SP) quando tinha apenas um ano de idade. Desde então, mora na Freguesia do Ó. Seus primeiros serviços na capital paulista foram de costureira. Um serviço cá e acolá, até que uma amiga a indicou para cobrir uma licença na Band. Foi quando fez sua estreia como camareira para a apresentadora Márcia Goldsmith. “Uma coisa é você costurar para as pessoas, outra é lidar com elas. Você aprende os limites e, aos poucos, mostra o motivo de estar ali. Não podemos invadir o espaço de ninguém”, conta.

Ficou na Band durante oito meses, até receber um convite da Record. Como a emissora era muito perto de sua casa, não pensou duas vezes em aceitar. Ela e outra camareira se dividiam para atender toda a equipe de jornalismo da Record News, na época uma média de 24 apresentadores. Gi trabalhava do meio-dia à meia-noite. “Vestia o Celso Freitas, Adriana Araújo, João Santos, Luciana Liviero, Carla Cecato, todos eles. Era muita gente e nunca tive problema com ninguém. Sou muito de pegar carinho com todos, mas é claro que alguns se doam mais. Cada um tem o seu jeito. É o que costumo falar: o mundo só é o mundo pelas diferenças”.

Atualmente, sua rotina é mais tranquila, apesar da “hiperatividade” de Faro. Além dele, também atende a âncora do “Domingo Espetacular”, Fabiana Scaranzi. Os dois são privilegiados por tê-la por perto, mas a lista de pedidos é vasta. “Muita gente me procura. Às vezes encontro pessoas com quem já trabalhei pelos corredores e elas falam que agora eu só trabalho com elite”. Geralmente, Gi chega ao meio-dia, organiza as coisas do apresentador, coloca o almoço na mesa, arruma as roupas e o acompanha
no estúdio e nas externas.

A imagem que Faro passa como uma pessoa simpática e bem-humorada ultrapassa as barreiras do programa. Fora das gravações é exatamente a mesma figura, com exceção de quando está com fome. Seu pãozinho com peito de peru e o café com leite são sagrados. “Quando passa do horário do café ele fica irritado. Uma vez gravamos externa até tarde, aí ele me chamou de canto e disse ‘Gi, isso não pode acontecer de novo. Estou com fome. Estou passando mal’. Só tenho que acalmá-lo”.

Dentre tantas atrações, Gi confessa que o seu quadro preferido é o “Dança, Gatinho”, que surgiu em 2009 como uma brincadeira para homenagear o cantor Michael Jackson, falecido naquele período. Aliás, segundo ela, essa foi a caracterização mais difícil de todas. Durante esses anos juntos, o que não faltou foram histórias hilárias entre os dois.

Certa vez, durante uma gravação para o programa “A Fazenda”, Rodrigo chegou ao camarim feliz da vida contando que havia comprado um iate. Enquanto fazia a barba no banheiro, ela esperava do lado de fora com uma toalha. “Estávamos conversando e exatamente na hora que eu disse ‘Nossa, mas é grande hein?’, sobre o iate, entrou um produtor, que gritou: ‘O quê que é isso?’. Fiquei tão sem graça. Falei que não era nada daquilo que estava pensando. Mas, o Rodrigo já logo entrou na brincadeira dizendo ‘É sim, é sim. E ela bem sabe’”.

Risadas à parte, Gi também é uma chorona assumida. Aliás, ela acha que talvez seja necessário até mesmo um “tratamento” para isso. Não faltam lágrimas em seu rosto nos quadros mais emocionantes da atração. “Esses dias, o Rodrigo falou que ia começar a gravar lá na Cantareira, porque assim eu poderia encher de tanto que eu choro”. Segunda ela, o apresentador é bastante ciumento. Ele costumava chamá-la de anjo da guarda, mas depois que um diretor do programa passou a dirigir-se a ela da mesma forma, Faro logo mudou o apelido, para ser único. Passou, então, a chamá-la de Fada Madrinha. “Muita gente me pergunta por que não vou dar aula para crianças, pois fiz três anos de pedagogia, mas eu já tomo conta de criança. Por enquanto, melhor ficar com uma só”.

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